segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

CETAMINA E DEPRESSÃO


ALÔ PESSOAL!
Há uma semana saiu na revista "Veja" um artigo sobre a cetamina.
Vou resumir para que voces entendam a importância das descobertas com relação a essa substancia e a depressão.
Sua fórmula é:
imagem: Wikipédia


A cetamina é uma molécula quiral, que apresenta um centro estereogénico em C2. A molécula possui duas formas enantiómericas – (R) e (S), conforme a configuração do centro estereogénico. Estes dois enantiómeros possuem actividades biológicas diferentes, sendo a cetamina comercial uma mistura racémica, contendo partes iguais de S-cetamina e de R-cetamina.
 
 
 
As fórmulas acima e o texto foram extraídos de uma tese da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, Portugal.

A cetamina foi desenvolvida na década de 60 para o tratamento dos soldados americanos feridos na Guerra do Vietnã sendo utilizada até hoje como anestésico em pequenas cirurgias de seres humanos e animais.
No início dos anos 2000, foram descobertas propriedades antidepressivas nesse medicamento, sobretudo seu rápido efeito, cerca de 40 minutos após a aplicação.
Como todo antidepressivo, a cetamina age no hipocampo e no córtex pré frontal, áreas cerebrais associadas a modulação do humor e ao processo de cognição, em especial a memória e o aprendizado.
A cetamina atua também no córtex cingulado anterior, o que explica a ação rápida do medicamento.
Em quantidades bem inferiores ás usadas nas anestesias, o medicamento regula os niveis de glutamato, neurotransmissor com ação excitatória.
Em excesso o glutamato está associado à depressão. Em tal condição, o neurotransmissor é extremamente tóxico, dificultando e até interrompendo as conexões entre neurônios, as sinapses.
Ao equilibirar os níveis cerebrais de glutamato, a cetamina não só interrompe a degeneração das sinapses como também promove a formação de novas conexões.
A indicação é para pacientes que não respondem aos tratamentos tradicionais- o que representa 30% a 40% de todos os doentes. Sua eficácia é de 70% de melhoras significativas já nas primeiras horas depois da aplicação.
O efeito dura 2 semanas apenas, o que exige novas aplicações ou a continuação do tratamento com outro antidepressivo.
A forma de administração é aplicação endovenosa, feita em hospital, com acompanhamento de um anestesista, durante 40 minutos e os efeitos colaterais são pequenos  onde os pacientes tem uma percepção distorcida de tempo e espaço e dura em torno de 15 minutos.
Assim, mais pesquisas estão sendo realizadas, pois a depressão é uma doença complexa, que envolve vários fatores e para cada paciente a resposta é diferente.
( Revista "Veja" 28 de novembro de 2012 )

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