terça-feira, 18 de outubro de 2022

DIAMANTES LITOSFÉRICOS, OCEÂNICOS E SUPERPROFUNDOS

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DIAMANTES 

Em torno de 99% de todos os diamantes do planeta são litosféricos. 

Ou seja, estas gemas se formam na litosfera, a camada sólida da Terra  entre 150km e 250km de profundidade. Contudo, pesquisadores descobriram que o 1% dos diamantes super raros se formam a partir de matéria orgânica, inclusive de organismos mortos .

Existem, por conseguinte, três tipos principais de diamantes. 

Os litosféricos – mais comuns.

PROCESSO DE OBTENÇÃO DOS DIAMANTES LITOSFÉRICOS:

Na maioria dos casos, máquinas gigantes escavam em busca das pedras preciosas, que são separadas do cascalho pelo peso e identificadas por um sofisticado sistema de raios x. As minas são criadas em regiões com alta concentração de kimberlito.

Esse material é formado pelo resfriamento do magma, que chegou até a superfície há milhões de anos, carregando elementos de regiões profundas da Terra. 

Feitos de carbono submetido a altíssima pressão, os diamantes foram forjados até 200 km abaixo da superfície há pelo menos 3 bilhões de anos. O tipo mais comum de mina é o de poço aberto – como a representada no infográfico a seguir :

Explosões e perfuradoras, para fazer a rocha dura virar cascalho. Imagem: Superinteressante 


O material extraído da mina vai ser triturado de 2  a 3 vezes, lavados, peneirados e depois passam a um tanque de flotação, onde as mais leves são descartadas. Na etapa seguinte, passam por um esteira rolante onde a radiação detecta os fluorescentes que são separados por um jato de ar.

Dessas pedras, 30% são destinadas à fabricação de joias, depois de analisados vários aspectos, como cor, transparência, possibilidade de lapidação. As demais servem para ferramentas de corte como bisturis e termômetros de precisão.

diamante bruto e diamante lapidado- imagem: Freepik


Os oceânicos e os super-profundos.

Estes dois últimos tipos são classes extremamente raras de diamantes, por sua vez. Os oceânicos podem ser encontrados no leito do oceano e os super-profundos aparecem em erupções vulcânicas em terra, como os litosféricos.

A diferença destes grupos raros é a profundidade a qual eles se formam. 

Curiosamente, tanto diamantes oceânicos quanto super-profundos têm origem em uma faixa entre 400km e 600km de profundidade. Para se ter uma ideia, o buraco mais profundo feito por seres humanos tem meros 12km de profundidade.

Acontece que além de serem altamente raros – e caríssimos – estes diamantes têm uma composição em comum: organismos biológicos (ou ao menos o que restou deles). Quando duas placas tectônicas colidem, o choque pode criar uma região de subducção. Ou seja, uma placa avança sobre outra, uma afundando e a outra elevando. Por esse motivo , aliás, a cordilheira dos Andes cresce alguns centímetros a cada ano.

Acontece que nesse processo, há milhões de anos, plantas, algas e outros organismos acabaram carregados para camadas profundas da Terra, com mais de 400km de profundidade. Sob pressão e temperatura  altíssimas, houve então a formação dos diamantes mais raros do planeta.

Como identificar matéria orgânica nos diamantes? E como eles chegam à superfície?

Toda a pesquisa, publicada no periódico Scientific Reports, da Nature, se baseou em um tipo bastante especial de carbono, o δ13C (delta carbono 13). Acontece que esse tipo de carbono se forma principalmente quando material vegetal acaba enterrado em camadas profundas do planeta por milhões de anos.

Nesse sentido, tanto diamantes oceânicos quanto os núcleos de diamantes super-profundos têm composições altamente semelhantes de δ13C. Isso reforça, assim, estudos anteriores, que indicavam que estes dois tipos de gemas tinham formações parecidas.

Todavia, ainda não se sabe quais as condições físico-químicas na faixa de 400- 600 km que levam à formação destas pedras preciosas.

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Imagem: Doucet et al. /Scientific Reports 2021

Além do mais, os três tipos de diamantes acabam sendo carregados para fora do interior do planeta, de alguma forma, já que não podemos minerá-los a altas profundidades.

Luc S. Doucet, autor principal do estudo, afirma que isso acontece por um fenômeno do manto da Terra. “Rochas flutuantes do manto mais profundo da Terra, chamadas de Plumas Mantélicas , então carregam os diamantes de volta para a superfície da Terra via erupções vulcânicas para humanos apreciarem como procuradas pedras preciosas.”

Diamantes de locais profundos do continente são cuspidos para a superfície por meio de erupções vulcânicas. Crédito: Wikilmages/Pixabay


diamantes oceânicos - imagem: Engenharia Hoje 


Diamante oceânico - imagem: Fapesp 


extração de diamantes no fundo do mar da Namíbia ( WordPress)

pesquisa: https://super.abril.com.br, Revista Nature, Wikipédia e imagens do Google arquivos.


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