Tudo em ordem?
Hoje o tema da nossa conversa são os óleos naturais, extraídos de frutos e que são utilizados na cosmetologia, misturado ao biodiesel e outros.
Acompanhamos a alta nos preços dos óleos láuricos no mercado mundial, com destaques para o óleo de coco (CNO) e palmiste (PKO) e mercado nacional o óleo de babaçu (CBO). À medida que esses óleos registram alta no preço no exterior, as cotações no mercado nacional acompanham a tendência, embora não a sigam na mesma velocidade.
Óleo de coco e palmiste, conhecidos no mercado internacional como coconut oil e palm kernel oil, são os láuricos que mais apresentam altas nos preços, considerando o uso dessas matérias-primas principalmente nos segmentos de higiene e limpeza, químicos e alimentos
. As indústrias brasileiras têm sofrido grande impacto na tentativa de absorver as variações dessas commodities.
O óleo de coco – Sinaliza aumento de preço e queda de produção desde que as Filipinas – maior produtor mundial desse óleo – sofreu as consequências da passagem do tufão Haiyan, em novembro de 2013. Mais de 150 dias já se passaram desde a catástrofe que atingiu principalmente a região central do país, matando mais de 6 mil pessoas e afetando, em geral, outras 14 milhões.
Estima-se que um milhão de agricultores foram atingidos, totalizando mais de 33 milhões de coqueiros destruídos ou danificados pelo tufão, resultando em um prejuízo de US$ 400 milhões, como anunciou a Philippine Coconut Authority, agência responsável pela cultura de coco no país, órgão integrante do Departamento de Agricultura das Filipinas. Para compensar os danos causados, a ONU lançou, em dezembro de 2013, um Plano de Resposta Estratégica, inserindo por um ano cerca de US$ 800 milhões na área, em apoio ao governo local. Esse projeto espera recuperar os prejuízos no prazo de quatro anos.
O óleo de palmiste – Segue os patamares de preço
do óleo de coco, porém não nas mesmas proporções e fatores de influência, tendo em vista que são produtos muitas vezes equivalentes, por possuírem a mesma cadeia de ácidos graxos. Após a POC 2014 – Conferência Mundial de Óleo de Palma e Principais Óleos Vegetais, foram discutidas as principais tendências e fatos do mercado mundial. O encontro ocorre anualmente em Kuala Lampur, na Malásia, e conta com a presença das principais empresas de óleos e gorduras de mais de 50 países. Estivemos presentes pelo oitavo ano consecutivo, colhendo as últimas notícias do mercado internacional para o Brasil.
Os acontecimentos climáticos tiveram considerável influência no setor. Dessa vez, o tempo seco e sem chuvas prejudica a produção na região da Indonésia e da Malásia. Juntos, os dois países representam cerca de 90% da produção mundial de óleo de palma. Com consequência, em fevereiro desse ano, os preços foram majorados em quase 10%, em relação ao início do mês, maior alta mensal registrada desde outubro de 2013.
O uso do óleo de palma para biocombustíveis também é um fator de relevante influência no seu preço, na medida em que o governo indonésio está impulsionando o uso de óleo de palma e palmiste em misturas de biodiesel, os preços tendem a se manter em alta. Enquanto os volumes continuarem sendo comprometidos para esse fim, as vendas serão travadas em operações futuras, reduzindo a disponibilidade de óleo livre para negociação.
Atualmente, há grandes volumes vindos da Ásia para embarque em maio e junho com preços acima de US$ 1.350,00 (CFR Santos). Assim, teremos produtos com preços mais elevados pelo menos até julho/agosto.
Além disso, há um ponto importante a ser comentado: a Câmara de Comércio Exterior (Camex), em 15 de abril, prorrogou por mais 12 meses a redução do imposto de importação desse produto, mantendo a taxa em de 2% e não nos 10% anteriores.
O que pode ser concluído a respeito dos óleos de coco e de palmiste é que há uma grande oportunidade para os produtores nacionais, pois a opção pelo óleo importado terá margens mais justas nesse período.
( reportagem de www.química.com.br)
Fonte: Michel Malvasi e Gustavo Alves - Aboissa Óleos Vegetais
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